eleições 2018

O que propõem os candidatos a governador para a infraestrutura do Estado

Foto: Leandro Osório (Divulgação)

O desenvolvimento de oito municípios da Região Central esbarra nas estradas de chão batido. Itacurubi, Ivorá, Jari, Pinhal Grande, São João do Polêsine, São Martinho da Serra, Quevedos e Tupanciretã sofrem, diariamente, com as dificuldades de não ter uma infraestrutura adequada para atrair investimentos e também diminuir os custos com a manutenção dos veículos. Maior produtor de soja do Estado, Tupanciretã espera há décadas pelo asfalto de um dos principais acessos para o escoamento do produto no município: os 42 km da ERS-392, "Estrada de Santa Tecla".

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Trajeto para o Porto de Rio Grande, Santa Maria é uma cidade estratégica e absorve todos os dias milhares de veículos. Em horários de pico, a RSC-287, principal ligação à UFSM e a Porto Alegre, fica congestionada. Para atender a demanda, entidades e população estão em campanha pela duplicação da rodovia no trecho até o município de Tabaí. Já outro importante acesso a Santa Maria, a ERS-509, a Faixa Velha de Camobi, retomou as obras de duplicação recentemente, com previsão de liberar o tráfego sobre o novo viaduto em novembro. Já o asfaltamento da parte inferior do viaduto, está previsto para terminar em março de 2019.

Outra obra fundamental para Santa Maria, a região e o próprio Estado é a Travessia Urbana, que compreende 14 km das BRs 287 e 158. De competência do governo federal, a obra está em ritmo lento devido a cortes de recursos e, dependerá da articulação política do futuro governador e de parlamentares para que a conclusão em 2020 seja concretizada.

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A melhoria da infraestrutura deverá estar na agenda do futuro governador para impulsionar o desenvolvimento. Os oito postulantes ao Piratini - Eduardo Leite (PSDB), Jairo Jorge (PDT), José Ivo Sartori (MDB), Julio Flores (PSTU), Mateus Bandeira (Novo), Miguel Rossetto (PT), Paulo de Oliveira Medeiros (PCO) e Roberto Robaina - foram convidados a apresentar suas propostas. Foi disponibilizado espaço igual aos concorrentes, e quem ultrapassou o limite, no caso Eduardo Leite, teve o final do texto cortado. Já Miguel Rossetto enviou texto menor em relação ao tamanho estipulado. Dos oito postulantes ao cargo, só Flores e Medeiros não encaminharam as respostas. Confira as propostas dos candidatos por ordem alfabética.

Eduardo Leite (PSDB)
Coligação - PSDB, PTB, PRB, PPS, PHS, Rede e PP

Não há viabilidade em qualquer programa para desenvolver o Estado sem uma malha eficiente de vias de escoamento. Um dos pontos básicos para que essa rede funcione é dar acesso de boa qualidade a todos os municípios. O programa de acesso rodoviário às pequenas cidades que o governo Olívio Dutra interrompeu provocou um retrocesso de décadas no nosso transporte rodoviário. Para garantir acesso asfáltico aos municípios, manter as estradas atuais, duplicar as que têm maior importância estratégica, construir terceiras pistas e mesmo novas rodovias, além de investir no transporte ferroviário e hidroviário, o Rio Grande do Sul, hoje, precisa de ao menos 20 bilhões de reais, valor que o Estado não dispõe. Por isso, a saída é buscar a parceria da iniciativa privada. Nós vamos criar um programa de concessões para proporcionar a infraestrutura básica necessária ao crescimento do agronegócio, da indústria e do setor de serviços em que as estradas sejam um parceiro fiel para acelerar o desenvolvimento. 

Jairo Jorge (PDT)
Coligação - PDT, Avante, PV, Pode, PPL, PMB e Solidariedade

Fui o único candidato que visitou os 497 municípios do Estado e pude conhecer de perto a realidade das estradas gaúchas. 62 cidades não contam com acesso asfáltico e outras tantas estão com estradas vicinais em péssimas condições, o que acaba dificultando a vida dos moradores e também o escoamento da produção. Para solucionar esse problema e oferecer infraestrutura adequada, proponho parcerias público-privadas (PPPs) nesta área para viabilizar o mais rápido possível a construção ou reparação destas estradas, e a criação da Lei de Incentivo à Infraestrutura, que irá permitir que empresários possam realizar essas obras abatendo os custos no ICMS.

Essas medidas, junto com o aumento da arrecadação através da redução de impostos, com a Lei do Gatilho, inclusive da gasolina, e menos burocracia, vão permitir que o Estado invista e possa melhorar também a situação da infraestrutura ferroviária e hidroviária para tornar essas regiões mais competitivas.

José Ivo Sartori (MDB)
Coligação - MDB, PSD, PSB, PR, PSC, Patriota, PRP, PMN e PTC

Consideramos fundamental investir em infraestrutura para acelerar o desenvolvimento econômico e social, como indutor de atração de investimentos e geração de empregos e renda. No primeiro mandato, ampliamos as potencialidades de nossa logística integrada e otimizamos o escoamento de produções locais, direcionando recursos para rodovias, hidrovias e aeroporto regionais.

Concluímos 17 acessos municipais e outros 13 estão em andamento. Restauramos cerca de 3 mil km de rodovias estaduais e outros 300 km estão em obras. Em Santa Maria, estamos duplicando a ERS-509 e construindo um viaduto que liga os bairros Centro e Camobi, obras que devem ser entregues ainda em 2018.

No segundo mandato, reforçaremos as parcerias para conservação e duplicação de rodovias por meio de programa de concessões. Vamos aumentar a integração entre ferrovias, hidrovias e aeroportos regionais, além de intensificar a restauração e manutenção de rodovias. São ações com reflexos diretos no dinamismo de nosso Estado.

Mateus Bandeira (Novo)
A infraestrutura ainda é um dos maiores gargalos para o desenvolvimento da economia gaúcha. A função do governo é garantir as condições necessárias para que o setor seja qualificado e eficiente nos serviços oferecidos à população.

A grande dependência das estradas, aliada a má conservação, é a maior causa do crescente custo logístico no RS. Defendemos uma política urgente e clara de atração de recursos privados de investimento, seja via concessões ou parcerias público-privadas (PPPs). Com essa entrada de recursos, o governo poderá focar nos acessos municipais.

Nas rodovias federais, propomos o protagonismo do governador na cobrança de providências e recursos em Brasília. As ferrovias também terão maior mobilização no sentido de intervir em benefício do RS nas novas licitações, e mostrar os principais pontos a serem solucionados. Criaremos uma lei de responsabilidade pública para a infraestrutura, com indicadores de qualidade e cronograma de investimentos para o governo estadual.

Miguel Rossetto (PT)
Coligação - PT e PCdoB

A retomada do crescimento econômico e do emprego em nosso Estado é uma prioridade. Precisamos retomar o crescimento da nossa economia, para isso, a infraestrutura é fundamental. O pouco que foi feito no governo Sartori decorre de financiamentos contratados no governo anterior. O governo atual não buscou novas fontes de recursos, assistindo de braços cruzados a deterioração de nossas rodovias.

No caso dos acessos asfálticos, embora houvessem recursos assegurados pelo governo anterior, as obras não foram feitas. Nós vamos alterar essa situação com a busca de financiamentos para investimentos em obras como acessos municipais, novas duplicações e ligações regionais consideradas como corredores de escoamento da produção.

Roberto Robaina (PSol)
Coligação - PSol e PCB

A questão do acesso asfáltico é essencial para o desenvolvimento dos municípios e viabilizar essas obras deve ser uma prioridade. Nossa política para implementar os projetos de infraestrutura necessários na região parte da recuperação da capacidade de investimento do Estado.

Essa capacidade só será real se enfrentarmos a crise nas finanças públicas. Ampliar a arrecadação passa pelo combate à sonegação, que gera uma perda anual de R$ 8 bilhões em impostos, pela revisão da política de isenções fiscais, pela suspensão e auditoria da dívida pública e pela luta para revogação da Lei Kandir, que tira recursos do Estado para beneficiar poucas empresas exportadoras do agronegócio.

Nosso programa ainda prevê a qualificação e ampliação da Empresa Gaúcha de Rodovias, a EGR, fundamental para o trabalho de manutenção e ampliação das estradas usadas no escoamento da produção, e o investimento para a diversificação das modalidades de transporte, em especial, dos polos hidroviário e ferroviário.

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